Quimioteca para brincar pela vida
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06/07/14
O tratamento por quimioterapia de crianças com câncer no Centro Ambulatorial de Oncologia do Hospital Estadual de Bauru (HE) ficou, desde ontem, com tom de "brincadeira séria?. Foi inaugurada a Quimioteca, espaço lúdico para as crianças brincarem enquanto realizam o tratamento.
Com 11 poltronas, cinco delas com monitores individuais para que as crianças vejam seus desenhos preferidos, a Quimioteca é presente da Associação Bauruense de Combate ao Câncer (ABCC) em parceria com a rede McDonald?s, que destinou à associação a arrecadação da campanha MC Dia Feliz de 2013. O investimento no espaço foi de R$ 90 mil.
Conforme a presidente da ABCC, Cristina Berriel Aidar, o projeto privilegia o tratamento da dor com a possibilidade da criança brincar. "É justamente transformar a sala de quimioterapia pediátrica do Hospital Estadual em um espaço o que buscamos nesse projeto, para privilegiar o lúdico e o ato de brincar como estratégia para humanizar o tratamento da criança com câncer durante a administração da quimioterapia. É um espaço para tratar a dor com brincadeira?, comenta.
A pediatra Ana Cristina Xavier Neves, supervisora do serviço de oncologia do HE, destaca que o espaço é fundamental e com resultado comprovado. "O tratamento de uma criança com câncer pode ir de um até cinco anos, período em que ela é submetida a sessões de três a quatro vezes por semana, com repetição de procedimentos de impulsão. É essencial que, na sessão de terapia, ela tenha espaço para brincar, se distrair e também ter intervenção multidisciplinar que beneficia seu tratamento, como a abordagem com uma psicóloga?, explica a médica.
Em sua visão, brincar melhora a imunidade e ajuda diretamente na recuperação. "Durante o tratamento com câncer, o paciente fica com a imunidade zero. A criança fica de seis a 12 horas por dia aqui durante os procedimentos, como a infusão. Ela acaba saindo um pouco do universo da criança. A Quimioteca faz com que essa rotina em um ambiente hospitalar seja interrompida com leitura, estudo, jogos e brincadeiras. A criança apresenta resultados muito rapidamente com essa oportunidade de distração?, reforça Ana.
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Humanizar
Atualmente, 50 crianças fazem quimioterapia no Hospital Estadual. Para cada caso, há um protocolo específico, mas elas podem passar até seis horas dentro do hospital, entre consulta e terapia. No caso de infusão, o período pode se estender a 12 horas. "Um ambiente humanizado ameniza impactos negativos do tratamento, qualifica o tempo de espera e favorece a recuperação?, observa a médica Ana Cristina Xavier Neves. Ela atua há mais de 15 anos na área.
Fonte: JCNET